Saúde mental infantil: como cuidar da mente e das emoções das crianças
Nossos pequenos também desenvolvem transtornos, por isso, precisamos conversar sobre e cuidar mais da saúde mental infantil.
Infelizmente, o tema ainda é muito negligenciado, mas o problema já existia e a situação se agravou desde março de 2020, com o anúncio da pandemia.
Estudos realizados no mundo inteiro mostram que, nos últimos meses, transtornos de ansiedade e depressão aumentaram entre as crianças.
Precisamos falar mais sobre esse assunto. Sem tabus e sem julgamentos.
Por conta disso, hoje preparei algumas dicas para ajudar a cuidar da mente e das emoções dos pequenos, para que, assim, eles se desenvolvam de forma equilibrada e sadia.
ÍNDICE DE CONTEÚDO
Qual é a relação entre saúde mental e o desenvolvimento infantil?
Profissionais da saúde, da educação e do comportamento infantil são praticamente unânimes em afirmar que os primeiros seis anos de vida são essenciais para o desenvolvimento sadio e equilibrado da criança.
Cuidar da saúde mental infantil desde cedo é uma forma de contribuir efetivamente para ajudar na formação de futuros jovens, adultos e idosos mais seguros, conscientes e autônomos.
Como cuidar da saúde mental das crianças, então? Aqui estão algumas orientações:
1. Cuide da sua própria saúde mental
A primeira forma de pais e cuidadores cuidarem da saúde das crianças é cuidando da sua própria saúde mental.
Se a criança possui uma mãe tóxica, por exemplo, certamente o pequeno irá desenvolver traumas, neuroses e transtornos mentais no futuro.
A saúde mental dos pais ou cuidadores refletem diretamente nas crianças.
Por isso, eu recomendo fortemente que TODOS os pais e mães passem por um processo psicoterapeutico. Não apenas para lidarem com uma depressão ou ansiedade, mas para se compreenderem melhor, e evitarem que seus próprios traumas sejam transferidos para a próxima geração.
2. Fique atento ao comportamento da criança
Quando uma criança se esconde, se anula ou deixa de fazer o que gosta, é porque algo mexeu com o seu íntimo.
Da mesma forma, se, de repente, ela se mostra agressiva, irritada ou com medo repentinamente, essas sensações são sinais de que ela passou por alguma situação que não conseguiu lidar bem.
É importante frisar que entre as situações mais comuns que afetam a saúde mental infantil estão:
- bullying,
- uso indevido ou excessivo de eletrônicos,
- ausência da presença e afeto dos pais,
- cobranças excessivas,
- situações estressantes,
- traumas causados por violência ou abuso.
Em alguns casos, é recomendada a neuropsicologia infantil para ajudar.
Além disso, outros fatores que podem contribuir para a saúde mental infantil é:
3. Deixe-a ser criança
Uma forma de cuidar da mente e das emoções da criança é permitir que ela expresse o seu jeito de ser.
Respeite as suas fantasias e medos, suas alegrias e sonhos.
Ela precisa ter tempo para ser criança, brincar e fazer o que gosta, por isso, evite uma rotina sobrecarregada de afazeres e atividades que tomam o dia todo dela.
4. Seja honesto com ela
O modo como os adultos lidam com as crianças é fundamental para o desenvolvimento de uma boa saúde mental infantil.
Use sempre de honestidade, não invente desculpas para explicar algo e nunca prometa aquilo que você sabe que não pode cumprir.
5. Mostre a ela a sua importância
Não basta investir em boa educação, oferecer alimentação adequada, conforto e saúde, a criança deseja, e sente necessidade, de se sentir importante, principalmente na vida dos pais.
No coração dos filhos deve pulsar diariamente a ideia de que “sei que meus pais me amam, e sou importante para eles”.
Para uma criança, o brincar junto é uma forma do pai ou da mãe dizerem: eu te amo e estou aqui.
Um estudo realizado na Universidade de Wisconsin-Madison, Estados Unidos, analisou o cérebro de 128 crianças negligenciadas.
O resultado apontou que as estruturas associadas às emoções de seus cérebros eram reduzidas se comparadas com as de crianças que foram estimuladas a brincar.
O estudo também revela que os pequenos que não recebem a devida atenção dos pais na infância se tornam propensos a desenvolverem estresse, condição que eleva os riscos de se tornarem obesos ou dependentes químicos na fase adulta.
O estresse infantil não aliviado pode gerar:
- depressão,
- ansiedade,
- doenças do coração,
- cânceres,
- dificuldade no processo educacional e profissional.
Por isso, uma forma dos pais ajudarem a cuidar da saúde mental infantil é dedicar algum tempo do dia para brincar com os filhos e estar verdadeiramente presentes e comprometidos com esse momento.
Quando é necessário buscar um profissional?
A partir dos três anos, quando for observado qualquer desvio de comportamento que persista por mais de quinze dias, os pais devem procurar ajuda profissional.
Somente o psicólogo especializado em comportamento infantil poderá realizar o devido diagnóstico e orientar as sessões de terapias mais adequadas para a criança, quando for o caso.
Agora que você já sabe mais sobre a saúde mental infantil, que tal continuar no nosso blog e conhecer a diferença entre psicólogo e psiquiatra?