O que causa depressão? Entenda as origens e saiba como agir
Psicólogos e psiquiatras de todo mundo buscam descobrir o que causa depressão, as prevenções e tratamentos deste verdadeiro flagelo que assola a humanidade.
E não é por menos: segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a depressão será a doença mais comum do mundo até o ano de 2030.
Uma das melhores formas de colaborar com esta missão é com psicoeducação, ou seja, dar informações e orientações para que as pessoas tenham autoconhecimento, façam a prevenção de possíveis transtornos mentais e tenham uma atitude proativa em relação à saúde mental.
Dessa forma, o objetivo deste artigo é explicar melhor o que causa a depressão, entendendo a essência fisiológica de seu funcionamento, como a doença afeta o funcionamento cerebral, e fornecer uma orientação inicial de como superar esta doença com a ajuda dos profissionais da área da saúde mental.
ÍNDICE DE CONTEÚDO
O que é depressão?
A depressão é uma doença multicausal, ou seja, ela geralmente possui mais de uma causa.
Dentre essas causas podemos citar:
- Fatores neuroquímicos;
- Fatores ambientais e relacionais do indivíduo;
- Fatores genéticos;
- Fatores comportamentais;
- Estresse contínuo;
- Dentre outros.
Apesar dos fatores causais sejam múltiplos, na grande maioria dos casos, ocorre um desequilíbrio neuroquímico no cérebro e sistema nervoso do deprimido.
Escrevi um artigo completo sobre o que é depressão para você se aprofundar no assunto.
Vamos abaixo detalhar melhor como esse desequilíbrio funciona.
O que causa depressão no cérebro?
Neurotransmissores são moléculas que trabalham como mensageiros químicos do corpo. São as substâncias químicas usadas pelo sistema nervoso como verdadeiros “carteiros” para transmitir mensagens entre neurônios.
A comunicação entre dois neurônios ocorre na chamada “fenda sináptica” (o pequeno espaço entre os neurônios).
Aqui, os sinais elétricos que viajaram ao longo do axônio (uma espécie de cauda da célula) são brevemente convertidos em químicos através da liberação de neurotransmissores, causando uma resposta específica no neurônio receptor.
Créditos da Imagem: iStockphoto
Esses microssistemas de comunicação são o que basicamente compõem todo o nosso cérebro e sistema nervoso, e são responsáveis, dentre outras coisas, pelo nosso humor.
Você já deve estar entendendo onde quero chegar, não é?
Basicamente e resumidamente falando, o que causa depressão nada mais é do que um problema no funcionamento desses microssistemas de comunicação, no qual o neurotransmissor é o “carteiro”.
Os médicos e neurocientistas descobriram que o cérebro de um deprimido possui desequilíbrios neuroquímicos o suficiente para afetar seu humor, gerando sintomas horríveis, como veremos abaixo.
Já se sabe que grande parte dos casos de depressão são originadas após um longo período de ansiedade não tratada. O corpo, desgastado pelo estresse contínuo, desequilibra a química cerebral gerando a depressão.
Consequências da depressão para a vida do indivíduo
As consequências do mal funcionamento que citei acima é desastrosa para a vida do indivíduo.
Há três sintomas básicos de uma depressão:
- Humor deprimido e melancolia
- Sensação de fadiga e cansaço
- Perda do interesse, apatia
Mas além desses, podemos citar ao todo dezenove sintomas conhecidos da depressão.
- Autoestima baixa
- Alterações de peso (perda ou ganho excessivos)
- Angústia
- Irritabilidade
- Sentimento de Vazio
- Desesperança
- Medo e sensação de insegurança
- Falta de prazer em atividades antes prazerosas
- Culpa
- Alterações no sono
- Baixa no apetite sexual
- Esquecimentos frequentes
- Dificuldade de concentração
- Esforço excessivo a atividades que antes eram fáceis de realizar
- Perda de interesse pela vida
- Pensamentos suicidas (um dos mais perigosos)
Lendo esta lista você deve imaginar como entender o que causa depressão é importante. Esta doença rouba toda a qualidade de vida do deprimido.
O que causa depressão: fazendo um diagnóstico correto
Antes de se autodiagnosticar saiba o seguinte: primeiro, entenda que a depressão é diferente da tristeza comum.
Para que você seja diagnosticado com depressão, um conjunto dos sintomas precisam persistir por um tempo determinado de acordo com o tipo de depressão, como vemos abaixo:
- Para a depressão menor, o diagnóstico é feito a partir de 2 a 4 sintomas por duas ou mais semanas;
- A chamada distimia é caracterizada por 3 ou 4 sintomas, incluindo estado deprimido, durante dois anos, no mínimo;
- E a depressão maior, é diagnosticada através de 5 ou mais sintomas por duas semanas ou mais.
Outro ponto importante é que esse diagnóstico deve ser dado por um psiquiatra. Então procure um psiquiatra e um psicólogo imediatamente caso acredite estar em um estado depressivo.
Como sair da depressão?
Esta é a primeira pergunta que nos vem à mente ao nos depararmos com esta doença que pode se tornar grave a ponto do indivíduo pensar em suicídio.
Do ponto de vista neurológico, um psiquiatra poderá avaliar a possibilidade do deprimido fazer uso de alguma medicação que atue exatamente no que causa depressão, ou seja, no neurotransmissor que está com algum problema de funcionamento na fenda sináptica.
Após o médico psiquiatra realizar alguns testes para encontrar o melhor medicamento, essa “pílula mágica” pode sim reequilibrar a química cerebral do indivíduo, dando a ele condições de se recuperar da depressão.
Temos um excelente artigo com as 10 atitudes que você precisa ter para sair da depressão.
Porém esta é apenas uma parte da solução
Precisamos entender que, como se trata de uma doença complexa, a solução não virá de uma única fonte de mudança ou intervenção.
A depressão sempre exigirá do deprimido (e de seus terapeutas) uma verdadeira reavaliação integral de todo o funcionamento psicoemocional de sua vida. E isso tem um motivo: a doença geralmente está associada a mais de um dos fatores descritos no começo do nosso artigo.
Nesse sentido, a psicoterapia é de enorme ajuda.
Como o psicólogo pode ajudar alguém com depressão?
O psicólogo é um profissional de formação integral, capaz de compreender as bases de funcionamento do comportamento humano.
Com esse conhecimento, ele poderá supor quais estruturas fisiológicas podem estar com algum desequilíbrio, e encaminhar o paciente para um psiquiatra.
Essa primeira atitude poderá dar ao indivíduo uma melhora significativa em seu quadro e em seu humor, porém essa melhora tem uma função: capacitar o paciente a mergulhar nos aspectos psicoemocionais de sua vida para que, junto com o psicólogo, possa identificar outros fatores causadores da depressão.
Nesse sentido, a capacitação nas ciências antropológicas, sociais e comportamentais do psicólogo, e seus usos dentro de uma psicoterapia de médio a longo prazo, trará uma enorme contribuição para a prevenção e tratamento da depressão.
Enquanto a medicação age sobre as causas neuroquímicas, o psicólogo saberá, com técnica e dentro de sua linha terapêutica, instrumentalizar o paciente no enfrentamento de um verdadeiro reposicionamento psicoemocional de toda sua vida.
Isso lhe dará uma melhora gradual integral, melhorando sua qualidade de vida de modo bastante significativo.
Por todos esses motivos, e tendo em vista a complexidade do funcionamento fisiológico e comportamental do ser humano, posso dizer que atuar como psicólogo no tratamento de um deprimido é uma das mais nobres missões que um profissional poderia se engajar.
Termino falando com carinho diretamente aos deprimidos que me lêem:
Se cuidem, e agendem suas consultas com seus psicólogos imediatamente!