Depressão pós-parto: saiba o que é e como tratar
A depressão pós-parto, como o próprio nome diz, acomete mulheres após o nascimento de seus filhos.
Ela é causada principalmente pelo estresse natural que pode ocorrer durante o período gestacional e posterior a ele.
A seguir, vamos trabalhar na compreensão das causas da depressão pós parto, bem como seus sintomas principais e os tratamentos possíveis para devolver a paz saúde às mães.
ÍNDICE DE CONTEÚDO
Uma introdução à depressão pós-parto
Em nosso artigo “O que é depressão?” explicamos tudo sobre essa doença. Agora, vamos falar de um tipo específico dela: a depressão pós-parto.
Tudo isso se traduz em uma maior consciência e atividade em pesquisa, na prática clínica e na consciência coletiva de mulheres em risco.
Para se ter uma ideia do agravante de tal condição nas mulheres, quase 60% das novas mães sofrem de depressão pós-parto. Apenas no Brasil, esse número já é alarmante por si só: uma em cada quatro mulheres desenvolve a depressão pós-parto.
O termo “depressão pós-parto”, no entanto, é mais abrangente do que especialistas preferem para estudar o tema.
A preferência ao termo ‘perinatal’ a ‘pós-parto’ se dá por conta de todo o período de tempo que se abrange todo o processo de nascimento de um bebê.
Tendo em mente a frequência de surgimento dos sintomas em gestantes e mães de primeira viagem, é importante a consciência de que se trata de uma doença séria, cujo tratamento adequado faz com que tanto a mãe quanto o bebê possam voltar a ter uma vida saudável.
Mais que se ajudar, pessoas com depressão pós-parto necessitam de todo o auxílio possível para enfrentar essa condição. Você sabe como identificar e ajudar uma companheira com depressão pós-parto?
Sintomas de depressão pós-parto
Este distúrbio pode ser leve ou grave. Alguns dos 19 sintomas de depressão podem aparecer quando uma mãe apresenta esse quadro depressivo específico.
Os sintomas leves incluem ansiedade, tristeza, irritabilidade, confusão, crises de choro, bem como sono e distúrbios no apetite. Esses sentimentos têm duração aproximada entre 24 horas e 72 horas.
Outros sintomas mais graves podem vir com a depressão pós-parto, incluindo desesperança, pensamentos suicidas, infanticídio e pânico, entre muitos outros sentimentos que podem durar semanas ou até meses.
Humor perinatal e transtornos de ansiedade podem se manifestar de diferentes maneiras.
É comum que as mulheres se sintam esgotadas e muito emotivas nas semanas seguintes ao nascimento de uma criança.
Depois de algumas semanas, no entanto, se a tristeza, o cansaço ou a ansiedade se mantiver, pode ser um sinal de algo mais sério.
Outros sintomas incluem perda de apetite, perda de peso excessiva, insônia, ataques de pânico e dificuldade de concentração.
Você se identifica com alguns dos sintomas, ou conhece alguém que durante o período perinatal desenvolveu tais sensações? Então é uma boa hora para procurar aconselhamento médico.
Convivendo com as causas da depressão pós-parto
Os sintomas são consequências dolorosas no cotidiano da mãe com depressão pós-parto, mas conhecer suas causas é de igual e fundamental importância.
Entre os fatores causadores, existem as mudanças físicas, fatores emocionais e, também, o estilo de vida levado pela mãe.
Mudanças físicas
A natural queda hormonal de estrogênio e progesterona, após o parto, pode ser a principal causa decorrente da depressão.
Esse desequilíbrio contribui para quadros clínicos, como cansaço contínuo e uma persistente sensação de tristeza.
Fatores emocionais
Estresse, privação do sono e a pressão psicológica têm forte impacto no quadro de depressão para a mãe.
Afinal de contas, esses três itens são muito presentes durante toda a gestação e após ela. É importante que ela nunca carregue toda a pressão decorrente da gestação sozinha.
Estilo de vida
Entre os fatores pessoais, elementos ao redor também são circunstâncias importantes, que podem contribuir para o desenvolvimento do quadro de depressão pós-parto.
Entre eles, podemos citar:
- Dificuldades nos primeiros meses de criação do bebê;
- Amamentação dificultada;
- Ciúmes dos outros filhos;
- Pouco apoio ou suporte algum do companheiro ou de familiares.
É preciso compreender que essa batalha não se trava sozinha, por isso, o apoio familiar e de amigos é essencial na prevenção e combate à depressão pós-parto.
Em busca de um tratamento
Os tipos de tratamento mais comuns contra a depressão pós-parto são os medicamentos e o acompanhamento psicológico com terapia.
Medicamentos
Sempre com prescrição médica, os medicamentos são recomendados para atenuar os efeitos da depressão na mãe.
Os antidepressivos costumam ter ação rápida no equilíbrio das emoções. Por volta de até 3 semanas, em média, para sentir os efeitos iniciais.
A melhora, no entanto, é percebida notavelmente de 6 a 8 semanas após o início do tratamento.
Um tratamento tem duração aproximada em 6 meses, podendo se estender, de acordo com a resposta da paciente aos medicamentos e acompanhamento psicológico Além disso, como recaídas são comuns, é importante seguir à risca o tratamento.
Os medicamentos mais comuns no combate à depressão pós-parto são os ionibidores seletivos da recaptação de serotonina e, também, os antidepressivos tricíclicos.
Terapias
A psicoterapia é funcional no tratamento da depressão pós-parto, e funciona como um aconselhamento em todas as etapas da gestação.
Quanto mais cedo a terapia se iniciar, menores serão os efeitos físicos e psicológicos na mãe que começou a sentir os primeiros sintomas fazerem sombra à sua rotina.
A terapia cognitivo-comportamental é um aconselhamento, também, mas que procura entender a paciente no geral, e não apenas com base no período que ela está vivenciando.
Para contribuir ainda mais com o aproveitamento no processo de recuperação, a mãe pode contar com o auxílio de um profissional para cuidar do bebê, ou mesmo de familiares com tempo para ser mais um pilar de sustentação.
Por fim, a terapia hormonal recupera os níveis de estrogênio perdidos durante a gestação. O auxílio, embora imediato, não tem a mesma eficácia comprovada dos tratamentos anteriormente citados.
Nada é mais eficiente do que conhecer as causas e tratá-las diretamente.
Superando a depressão pós-parto
Embora o otimismo seja um sentimento nublado pela depressão pós-parto e seus sintomas físico e psicológicos, é possível superar a doença.
Vulnerabilidade
A depressão nos faz baixar a guarda, mas é em momentos assim que as pessoas se percebem mais sensíveis aos elementos ao redor.
É possível, inclusive, encontrar forças a partir dessa vulnerabilidade, pois elas nos deixa expostos a diversas análises — inclusive sobre nós mesmos.
O medo como força
Quem vê nos próprios medos o combustível para superá-los sabe que, embora não seja tarefa fácil, ela é possível.
Medicação e acompanhamento psicológico são essenciais, mas a reflexão é um santo remédio contra a depressão pós-parto. Dedique-se a essa tarefa.
O sorriso fácil e sincero
Podem não haver motivos para sorrir, mas eles existem. Vulneráveis pelos sintomas da depressão, o mais singelo dos sorrisos pode fazer sol em um dia inteiro da mãe.
Encoraje cada um desses momentos. Lembre-a da beleza em encontrar a felicidade — por menor que seja — em cada coisa do dia a dia dela.
A felicidade que não se compra
Mas que está à disposição dela em todos os lugares.
Como um complemento ao tópico anterior, não é apenas o prazer em viver que está ao redor dela, mas é ela quem procura, desesperadamente, prazer em viver.
Uma boa maneira de contribuir, nessa etapa, é ajudá-la a enxergar isso. Aquilo que a fazia feliz ainda faz, é só uma questão de habituá-la a perceber isso.
A prevenção da depressão pós-parto
O trabalho contínuo de combater a depressão pós-parto não se inicia apenas após o diagnóstico.
A prevenção é de fundamental importância, porque, como vimos, ela acomete 60% da população mundial.
Algumas pequenas dicas podem contribuir para uma gestação e pós-gravidez mais seguros, como
- Alimentação balanceada, rotina de exercícios físicos e boas noites de sono são fundamentais para a manutenção do corpo;
- Estimulantes diversos, como nicotina, álcool e cafeína, devem ser muito dosados;
- O check-up pós-natal, a partir de três ou quatro semanas após o parto, é uma boa maneira de prevenir o surgimento precoce do distúrbio.
Pequenas grandes atitudes tornam o maior desafio de nossas vidas — gerar uma nova vida — ainda mais prazeroso.
Não deixe que sintomas psicológicos ditem a sua felicidade e encontre, em amigos e familiares, e nos próprios filhos, a força para superar mais um obstáculo.
Cuide-se para poder cuidar melhor do seu bebê, e fique em paz!