Violência psicológica: o que é e o que fazer em caso de agressão
Somente quem sofre violência psicológica sente a dor que esse tipo de agressão causa e conhece os danos gerados na saúde mental e no bem-estar.
Infelizmente, ela está entre as mais comuns das agressões e é muito presente no lar (a violência doméstica psicológica), mas também pode ocorrer no trabalho, na escola, ou em qualquer outro tipo de local.
De forma geral, as mulheres e as crianças são suas grandes vítimas e muitas delas não sabem se defender ou se libertar, então se calam diante dos danos emocionais e psicológicos que sofrem.
Homens também podem ser vítimas desse tipo de agressão, principalmente no ambiente de trabalho.
Um dos pilares terapêuticos aqui do Saúde Interior é um olhar atento sobre os chamados Ambientes Tóxicos. Neles, sempre encontramos algum tipo de violência psicológica que faz as pessoas sofrerem e desenvolverem transtornos mentais como a ansiedade e a depressão.
Por isso, preparei um artigo especial sobre esse assunto. Vamos conferir?
ÍNDICE DE CONTEÚDO
O que é violência psicológica?
A violência psicológica pode ser definida como o ato intencional contra uma pessoa ou grupo que resulta em danos físicos, mentais, espirituais, morais e sociais, incluindo insultos, ameaças, ataques e abuso verbal.
Esse tipo de agressão é caracterizada por qualquer atitude, fala ou comportamento de uma pessoa que gere esses danos a outras, por isso, ela pode acontecer de várias formas.
Geralmente, o agressor tem a intenção de fragilizar sua vítima usando de rejeição, desrespeito, depreciação, discriminação, humilhação e entre outras atitudes danosas ao equilíbrio emocional e à saúde mental da mulher ou da criança.
No início, essas agressões são sutis, mas vão piorando até que a vítima não consiga mais se defender.
Essas ações minam a saúde psíquica da vítima, reduzindo sua autoestima, tirando a autonomia e gerando confusão em relação ao que está acontecendo no dia a dia de um relacionamento tóxico como esse.
Esses agressores podem ser:
- cônjuges, parceiros ou namorados,
- professores,
- pais ou mães tóxicas,
- tios,
- chefes,
- irmãos.
Ou seja, qualquer pessoa com a qual se tenha contato próximo.
Violência psicológica no Brasil
Gostaria de trazer alguns dados importantes para mostrar a gravidade do problema no nosso país.
Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria, são notificados diariamente 233 casos de violência física ou psicológica contra crianças e adolescentes no Brasil.
O segundo dado é de uma pesquisa encomendada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) e realizada pelo Instituto Datafolha.
Conforme os resultados, a cada 4 mulheres, 1 afirma ter sofrido algum tipo de violência no último ano.
Além disso, a violência psicológica está entre as mais sofridas por mulheres com mais de 16 anos.
Essas pesquisas nos mostram que nossa saúde mental não depende apenas dos fatores biológicos e comportamentais individuais, mas é também influenciada pela qualidade dos relacionamentos que temos no dia a dia.
Se esses relacionamentos são pautados por agressões psicológicas frequentes, nosso bem-estar e qualidade de vida se deterioram muito rapidamente.
Veja agora os tipos de violência psicológica para que possa reconhecer se está vivendo em um ambiente tóxico, podendo assim agir sobre esse problema, se libertando de possíveis agressores.
Quais são os tipos de agressões psicológicas?
Os mais comuns são:
Manipulações
Caracterizada pelo uso de chantagem emocional.
Com isso, o agressor consegue fazer com que a vítima permaneça do seu lado, e muitas vezes, faz ela acreditar ser merecedora da violência.
Além disso, ele costuma mostrar uma realidade distorcida, conduzindo a vítima a se sentir incapaz e sozinha, fazendo-a acreditar que ela precisa dele para viver.
Ameaças e insultos
Ameaças, insultos e xingamentos são formas comuns de agressão psicológica.
Sabendo da fragilidade da sua vítima, o agressor ou agressora usa desses artifícios para humilhá-la, feri-la ou enfraquecê-la.
Em relação às ameaças, elas podem ser verbais ou físicas, e algumas envolvem a limitação de ir e vir e a proibição de interagir com as pessoas do seu meio.
Isolamento forçado
Em uma relação onde existe violência psicológica, é comum quem agride desejar isolar a vítima para que não seja descoberto, mantendo-a sob o seu controle.
Também é comum a própria vítima, mulher ou criança desejar se isolar dos parentes e amigos devido a sua baixa autoestima ou por acabar desenvolvendo transtornos mentais (como a depressão) gerados pela própria agressão.
Como saber se estou sofrendo violência psicológica?
Esse tipo de agressão pode não ser percebida por olhos desatentos, mas é sentida e deixa marcas.
Alguns indicativos de que você está sofrendo violência psicológica são:
- você vive constantemente pedindo desculpas para os outros,
- frequentemente se mostra confuso ou confusa em relação a esse relacionamento,
- sente que não merece ser feliz,
- concluiu que já foi mais segura(o), feliz e divertida(o),
- vive cedendo às vontades do agressor,
- procura sempre o isolamento.
Gostaria de destacar que a pessoa que sofre esse tipo de agressão começa a perder a capacidade de percepção e julgamento das situações.
Ela também costuma justificar o comportamento do agressor, se culpa com frequência, se sente confusa, perde a sua segurança e nunca se sente realmente feliz.
O que fazer em caso de violência psicológica?
Se você se identifica com os sinais que listamos acima, a primeira coisa que deve fazer é decidir deixar esse tipo de relacionamento abusivo.
Amigos e familiares podem lhe dar apoio e segurança para tomar essa atitude e lhe proteger caso o agressor ou agressora tente usar de mais violência psicológica para manter o abuso.
Além disso, a psicoterapia com um psicólogo ou psicanalista também poderá ajudar você a enxergar melhor toda a situação de abuso e lhe fortalecer interiormente para que possa tomar uma atitude em relação a esse problema.
A terapia vai lhe ajudar na transformação do seu modo de pensar e auxiliar você a buscar sua liberdade, autoestima e dignidade.
Agora que tal continuar a leitura e compreender a importância de fazer terapia?