Se você procura questões sobre psicanálise de Freud, esse artigo aqui é para você.
Esse compilado de perguntas e respostas é fruto das discussões feitas na minha formação como psicólogo, onde trabalho temas como o consciente x inconsciente, atos falhos, chistes, interpretação dos sonhos, aparelho psíquico com as 3 estruturas ego, ID e superego, e outras teorias psicanalíticas.
Acredito que muitas delas são comuns e podem orientar quem busca respostas rápidas para os conceitos abaixo.
ÍNDICE DE CONTEÚDO
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Agora vamos ao conteúdo...
Se você ainda não está familiarizado com os conceitos da psicanálise, sugiro que leia um artigo completo sobre psicanálise aqui, e também outro detalhando o Desenvolvimento Psicossexual de Freud.
Também tem uma análise completa do filme Freud Além da Alma que você pode gostar.
Abaixo eu listo uma série de perguntas e respostas das questões sobre psicanálise.
O inconsciente é parte da teoria da primeira tópica de Freud, justamente com o consciente e o pré-consciente.
Ele é o “lugar” onde armazenamos memórias, pulsões, desejos, e vontades recalcadas, que influenciam diretamente o sujeito, porém sem que ele tenha total domínio sobre ele.
É a premissa fundamental psicanalítica que todo comportamento humano (pensamentos e sentimentos) é determinado por razões inconscientes.
A ideia é que nada do que acontece em nossa mente é por acaso. Cada manifestação do indivíduo tem uma origem no aparelho psíquico.
Como postulou Freud: “não somos senhores da nossa própria casa”.
Ele sentiu dificuldade de explicar os fenômenos psíquicos apenas com a primeira tópica, e que precisava aprofundar a teoria.
Dessa forma, ele postulou o ID, Ego e Superego para complementar sua teoria.
Não. O Id é relacionado com o inconsciente, e o Ego e o Superego possuem instâncias conscientes, pré-conscientes e inconscientes.
Isso se dá na formação do Superego, que carrega todas as normas e ideais culturais para o aparelho psíquico.
Ele possui instâncias conscientes e inconscientes.
A formação de compromisso é um acordo entre consciente e inconsciente sobre os desejos reprimidos de forma que eles possam se manifestar no consciente, porém em uma linguagem figurada como nos sonhos.
A segunda tópica postula que o Ego é quem faz essa mediação.
O aparelho psíquico, por meio do Ego, faz essa mediação através da mecânica da formação de compromisso descrita acima.
O ego faz a intermediação entre o Id e o Superego, de modo a garantir o equilíbrio psíquico. O ego bem estruturado é aquele que consegue fazer essa intermediação.
Pode até ser que sim, mas lembrando que essas estruturas são instâncias psíquicas e não lugares físicos.
A psicanálise não se propõe a ser uma ciência neurológica, mas uma metapsicologia, como explicado acima.
Ele postulou que todo sonho possui conteúdos com os desejos inconscientes do sujeito “disfarçados” em metáforas e ilustrações.
Deslocamento, condensação, simbolismo e dramatização.
Visam proteger o sonhador, de forma que o consciente não reconheça o desejo oculto.
Dessa forma, o sujeito pode dormir sem ser invadido pelo desejo. Quando isso não ocorre, pode surgir o terror noturno, com angústia e pesadelos.
É o sonho que passou pelo processo secundário da fragmentação, que tenta se esconder através de um discurso.
O esquecimento de um sonho se dá através do processo secundário do Superego que preserva o “não querer saber do sonho”.
Quem melhor sabe se a pessoa está preparada para lidar com o conflito é o analista.
Para a psicanálise, a grande maioria dos sonhos são uma manifestação do que está recalcado no inconsciente, mas de forma parcial e metafórica.
Isso ocorre devido ao processo primário do sonho, no qual o sujeito não reconhece o desejo proibido, pois esse é vivenciado através de metáforas.
A partir do processo primário citado acima.
As pulsões são deformadas (como nos processos de condensação e deslocamento) para que possam emergir para o consciente de forma onírica.
Dessa forma, a metáfora não é carregada do afeto e pode ser expressa.
Através da compulsão à repetição e da pulsão de morte.
A dificuldade e resistência em lidar com os acontecimentos de guerra reprimidos, dariam origem ao sintoma.
O ato falho dá prazer ao inconsciente pois permite o escape do desejo, mesmo que de forma simbólica.
Essa libido é como uma energia psíquica fluida, que ora é empurrada para cima, ora para baixo, tentando satisfazer ora o consciente, ora o inconsciente.
A formação do compromisso ocorre quando há um acordo de forças que satisfaça ambas as instâncias através do sintoma.
O esquecimento é um lapso de memória ou ato falho, indicando algum tipo de recalcamento que pode estar representado no item esquecido de uma forma simbólica.
Como na questão acima, a troca do nome é um lapso de linguagem, um ato falho.
Não é possível identificarmos o que está sendo reprimido, a não ser através de uma análise mais elaborada com a pessoa.
É como uma proto-piada, com teor engraçado a partir de conteúdos reprimidos no inconsciente.
Chiste é diferente de piada, pois a última é criada com o objetivo de provocar o riso de forma objetiva.
Já o chiste é um escape de um desejo oculto que provoca o riso espontâneo por tocar em desejos ocultos dos que estão ao redor.
Um chiste é uma manifestação inconsciente dada através de um comentário que gera o riso por tangibilizar em questões reprimidas.
Portanto, necessariamente são inconscientes.
De forma natural, ao longo da análise.
Analista e analisando fazem a interpretação.
O chiste pode ser usado para dar outro olhar a possíveis conteúdos reprimidos.
Isso ocorre naturalmente durante uma conversa, utilizando associação livre.
Sim, porém através de análise e de forma individual.
Sintoma é uma das formas de expressar algo que foi reprimido, sempre em forma de linguagem.
Por isso, um sintoma pode vir por sinais subjetivos ou físicos, mas sempre deve ser interpretado a partir de uma subjetividade.
A psiquiatria é uma ciência mais prescritiva, portanto ela vai se atentar aos sintomas sem considerar a subjetividade do paciente.
Na psicanálise, o sintoma pode vir por um viés físico, mas aqui é sempre levado em consideração a subjetividade do indivíduo.
Não existe estado de não neurose para a psicanálise, portanto, a ideia de patologia difere da patologia psiquiátrica.
Dessa forma, a tarefa do trabalho analítico é aproximar o indivíduo do seu desejo, atenuando o sofrimento sim, porém de uma forma subjetiva.
O analista irá ajudar o indivíduo a fazer a ressignificação do seu sofrimento, e que ele saiba sofrer, ou seja, que ele sofra “melhor” conciliando o desejo consigo mesmo, se apropriando do próprio desejo.
A neurose fóbica é um conflito psíquico transposto para um objeto no ambiente, como a fobia de baratas.
Existem objetos contra-fóbicos, como um amuleto.
A ideia é a mesma, mas funciona “ao contrário”, servindo como alívio de um conflito psíquico.
A neurose histérica é um conflito psíquico transporto para dentro, especificamente para o corpo, como uma cegueira parcial, uma paralisia de um membro, etc.
Aliviar o sintoma significa que algo que está recalcado está aparecendo de alguma forma.
Sim, pode ser uma forma de aliviar o sintoma.
Na escrita poética, por exemplo, o ato de escrever está relacionado com a sublimação, um mecanismo de defesa no qual um desejo inaceitável socialmente é transformado em algo aceitável pela sublimação.
Sim, a verbalização pode aliviar o sintoma, mesmo na ausência do psicanalista.
Ao verbalizar o sentimento, o paciente traria à tona o que está dentro do inconsciente de alguma forma.
“Meta” significa “além de”.
Dessa forma, a psicanálise vai além da psicologia, ou seja, além do que é material.
Ela, portanto, se trata do imaterial, do subjetivo, das estruturas do aparelho psíquico, considerando os aspectos tópico, dinâmico e econômico do psiquismo que se mostram nessas relações.
Freud trabalha com os processos primário e secundário da elaboração dos sonhos.
Lacan dá ênfase à linguagem, o processo secundário.
Significa que um sintoma é uma tradução em forma de metáfora ou metonímia de um conflito interno.
A barata, exemplificada por Christian Dunker, é um significante (palavra) atrelada a um significado.
Não se tem medo da barata em si (significante), mas do significado que ela tem.
Dessa forma, os sintomas são estruturados em forma de linguagem (metáfora) para representar pq não temos condições de lidar com os conteúdos.
O Outro é o intermediário entre eu e o outro.
Dunker quis elucidar que sem o Outro não existe linguagem, e sem a linguagem não existe sintoma.
Não. Um ser humano faria parte do “fenômeno transicional”, porém não como o “objeto transicional”.
Espero que essas questões tenham ajudado você que está estudando psicanálise a entender melhor os conceitos.
Todos os conceitos apresentados foram retirados dos livros teóricos, porém alguns conceitos podem ter sido atualizados tanto pelo próprio Freud como pelos seus seguidores.
Caso você encontre alguma inconsistência ou discorde de alguma resposta, faça seu comentário abaixo! Terei prazer em ouvir seu ponto e fazer possíveis correções se necessário.
Continue ampliando e se aprofundando nos conceitos de modo a se preparar para a psicanálise clínica.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Fantástico conteúdo! Ajudou me bastante