O que é plasticidade cerebral e como treiná-la?
As descobertas em torno da plasticidade cerebral abriram novos caminhos para o desenvolvimento de uma boa saúde mental, principalmente da terceira idade.
Por muito tempo se acreditou que, quando lesionados, os neurônios não se regeneravam, não conseguiam se restabelecer e nem formar novas conexões neurais.
A neuroplasticidade é o novo conceito da ciência que mostra que, por meio de estímulos, nossos neurônios conseguem se regenerar.
Nesse post você vai conhecer um pouco mais sobre esse conceito e como podemos treinar nosso cérebro para mantê-lo saudável.
ÍNDICE DE CONTEÚDO
O que é plasticidade cerebral?
Plasticidade cerebral é a capacidade que o cérebro possui de se modificar de acordo com a necessidade, estímulo e ambiente.
Esse fenômeno que por muito tempo foi considerado uma característica exclusiva do desenvolvimento cerebral na infância e adolescência, tem se mostrado uma capacidade notável que se estende ao longo de toda a vida.
Isso tem implicações profundas, especialmente quando se trata do cuidado de idosos.
À medida que a população mundial envelhece, compreender a relação entre a plasticidade cerebral e o cuidado dos idosos se torna essencial. Ela não apenas influencia o envelhecimento saudável do cérebro, mas também desempenha um papel fundamental na manutenção da saúde mental e da qualidade de vida.
Essa nossa capacidade recebe o nome de plasticidade cerebral, plasticidade neural ou neuroplasticidade.
Plasticidade cerebral e saúde mental
A plasticidade cerebral desempenha um papel significativo na saúde mental.
Sua relação está ligada ao fato de que a estrutura e a função do cérebro podem ser influenciadas por experiências, tratamentos e intervenções psicológicas.
Veja como isso acontece:
- Recuperação após Lesões Cerebrais: A plasticidade cerebral permite que o cérebro se recupere e se adapte após lesões, como traumatismos cranianos. Isso é fundamental para a reabilitação e o retorno à saúde mental após eventos traumáticos.
- Tratamento de Transtornos Mentais: Intervenções terapêuticas, como terapia cognitivo-comportamental, podem induzir mudanças na estrutura e na função cerebral. Isso é particularmente importante no tratamento de transtornos mentais, como depressão, ansiedade e transtorno do estresse pós-traumático.
- Aprendizado e Memória: A plasticidade cerebral desempenha um papel fundamental no aprendizado e na memória. O desenvolvimento de novas habilidades cognitivas e a adaptação a novos ambientes são processos que dependem da plasticidade cerebral. Isso pode influenciar a saúde mental, pois o aprendizado e a memória são aspectos essenciais do funcionamento mental saudável.
- Resiliência ao Estresse: A exposição a altos níveis de estresse pode afetar negativamente a saúde mental. No entanto, a plasticidade cerebral permite que o cérebro se adapte e desenvolva mecanismos de resiliência ao estresse, ajudando a proteger a saúde mental.
- Envelhecimento Saudável do Cérebro: À medida que envelhecemos, a plasticidade cerebral continua desempenhando um papel importante na manutenção da saúde mental. A estimulação cognitiva, o exercício e um estilo de vida saudável podem ajudar a promover a plasticidade cerebral e preservar a função cognitiva.
- Reabilitação Psicossocial: Para pessoas com transtornos mentais graves, como esquizofrenia, a reabilitação psicossocial inclui estratégias que visam melhorar as habilidades sociais, cognitivas e ocupacionais. A plasticidade cerebral permite que essas habilidades sejam desenvolvidas e aprimoradas ao longo do tempo.
A plasticidade neural se relaciona com a capacidade do cérebro de se adaptar e mudar ao longo da vida.
Isso é fundamental para a saúde mental, pois influencia a recuperação após lesões, o tratamento de transtornos mentais, a resiliência ao estresse, o aprendizado e a memória, entre outros aspectos.
Qual a importância de treiná-la, principalmente em idosos?
Como vimos acima, promover a plasticidade cerebral por meio de intervenções terapêuticas e um estilo de vida saudável pode contribuir para a melhoria da saúde mental.
O treino para melhorar a plasticidade cerebral é indicado em todas as idades, porque deixa as pessoas mais rápidas em seu raciocínio.
No entanto, quanto mais a idade avança mais necessário se torna estimular nossas atividades cerebrais para melhorarmos a plasticidade dele.
Esse estímulo é o caminho para uma maior qualidade de vida e melhor saúde mental, prevenindo as demências e os tradicionais distúrbios mentais na terceira idade.
Também promove a motivação para aprender novas habilidades e proporcionar mudanças de comportamentos e hábitos.
A neuroplasticidade pode ajudar o idoso em seus desafios
Um aspecto importante da plasticidade cerebral em idosos é sua relação com o aprendizado contínuo e a adaptação a novos desafios.
Muitas vezes, os idosos podem enfrentar situações como a aposentadoria, mudanças na saúde física ou a perda de entes queridos. A capacidade do cérebro de se adaptar a essas mudanças pode ajudar na transição para uma nova fase da vida.
Além disso, intervenções terapêuticas, como a terapia cognitivo-comportamental, demonstraram ser eficazes na promoção da plasticidade cerebral em idosos. Essas intervenções podem ajudar a melhorar a função cognitiva, reduzir o risco de declínio cognitivo e contribuir para a saúde mental em geral.
Como treinar a plasticidade cerebral?
Existem programas de treinamento de cérebro baseados em neuroplasticidade que podem ser aplicados e facilmente inseridos na nossa rotina.
Eles ajudam de forma efetiva na construção de conexões neurais.
Alguns deles são:
Exercícios físicos
A prática de atividades física regularmente aumenta a plasticidade do cérebro e promove melhorias cognitivas.
Estudos publicados no Journal Of Translational Psychiatry mostram que exercícios físicos ajudam na capacidade de aprendizado das pessoas.
Exercícios mentais
Tão importante como fazer uma atividade física, o exercício mental é essencial para treinar a plasticidade cerebral.
Alguns exercícios para estimular a mente são:
- praticar leitura diariamente,
- jogar damas ou outro jogo que exija raciocínio lógico e concentração,
- escovar os dentes, escrever e fazer outras atividades com a mão não dominante.
Existem estudos que comprovam a eficácia das palavras-cruzadas e outros exercícios similares na prevenção de demência, como Alzheimer, e na promoção da saúde mental.
No entanto, à medida que vamos nos habituando a fazê-los eles vão ficando fáceis, por isso, é importante aumentar o nível de dificuldade dessas atividades.
Aprender novas coisas
A rotina pode ser um dos fatores de maior risco para a saúde do cérebro, por isso, aprenda e faça coisas novas sempre.
Uma boa dica é sempre que possível mudar o trajeto quando for à feira, barbeiro, supermercado, passear, etc.
Outra dica é se desafiar e começar a aprender algo que lhe tire da zona de conforto e da rotina, como, por exemplo, pintar, dançar, um novo idioma, entrar em um coral.
Viajar e conhecer novos lugares também são uma boa forma de cuidar da saúde do cérebro!
Conclusão
A plasticidade cerebral desempenha um papel importante na vida dos idosos e está intimamente ligada ao cuidado que recebem.
Promover a plasticidade cerebral em idosos por meio de intervenções apropriadas, um ambiente estimulante e o apoio emocional pode contribuir significativamente para um envelhecimento saudável e uma melhor saúde mental.
À medida que continuamos a explorar as complexidades da plasticidade cerebral ao longo da vida, estamos capacitando uma geração mais velha a desfrutar de vidas plenas e significativas, independentemente da idade.
Agora que você sabe o que é plasticidade cerebral confira orientações sobre cuidado de idosos.